O compromisso de Minas com a educação, de 10/07/2010 – artigo de opinião (Daniel de Souza Braga)
Não é a primeira vez que escrevo a um veículo de comunicação sobre o assunto. Nem será a última. Sei apenas que o meu papel como cidadã e professora é protestar. Protestar contra o abuso da arbitrariedade do estado e dos patrões ao pagarem um salário indigno a nossos educadores. Protestar contra a falta de respeito a que somos submetidos por donos de escolas, alunos e seus familiares. Nossos cursos de licenciatura estão cada vez menos frequentados. Provavelmente, não teremos professores no futuro. Nenhum pai, em sã consciência, desejaria que seus filhos seguissem essa carreira e passassem pelas humilhações a que estão sujeitos tanto o magistério público quanto o privado. Ainda há bons patrões, reconhecemos; mesmo assim estamos longe da situação profissional a qual fazemos jus. Haja vista o desrespeito da Copeve (comissão permanente para o Vestibular da UFMG), ao retirar a obrigatoriedade da prova de português para os cursos (em sua segunda etapa – quem esteve na reunião específica deste ano, que o diga). Selaram, ainda, o destino de nossa identidade, ou seja, de nossa língua. Por outro outro lado, assistiremos a partir de agora à prodigalidade de recursos para a copa de 2014. Enquanto o compromisso for só com o circo, só com o futebol, dentre outros, a nossa educação e o nosso futuro como nação desenvolvida estará fora de qualquer competição mundial. E com isso enterrarão não só os bons profissionais, mas uma profissão, que cairá, cada vez mais, em desuso. Quem (sobre)viver verá.
Alba
Fontana di Trevi
Quem sou eu
- Alba
- Belóri, minas gerais, Brazil
- Professora de literatura, língua portuguesa e história da arte.
Rainer Maria Rilke
"Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite:"Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, a dizer o que vê, vive, ama e perde. (...)" RILKE
Rilke
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"Tempo virá em que do obscuro gabinete do escritor a pena governará o mundo... Uma palavra que cair do bico da pena, daí a uma hora correrá o universo por uma rede imensa... Falando por milhões de bocas, reproduzindo-se infinitamente como as folhas de uma grande árvore."
José de Alencar
Diário do Rio de Janeiro
27 de maio de 1855
José de Alencar
Diário do Rio de Janeiro
27 de maio de 1855
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É de arrepiar imaginar o cenário que essas frases descrevem.
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